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Vinhas Antigas

Vinha com 20 ou mais anos, de típica viticultura romana, plantada em pé-franco, com varas de vinhas antigas, conduzida em forma livre (vaso ou cabeça de salgueiro), podada em talão ou em vara.

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Caraterísticas

As vinhas antigas são, em regra, muito pequenas, raramente atingindo mais de 1 hectare. Integram-se no tradicional minifúndio da Margem Esquerda do Guadiana, com raízes profundas na tradição medieval. As vinhas têm um aspeto estranho para os visitantes menos avisados, dando a ideia de pouco cuidado no seu cultivo. Todavia, são cultivadas com paixão e obrigam os seus proprietários a dedicar-lhe muito tempo de trabalho.

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Sistema de Condução

O sistema de condução pode ser em vaso ou em cabeça de salgueiro.

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Cepas Baixas

Compasso

Pé-franco

As cepas são baixas, com pouco mais de meio metro, para que os cachos, quase junto à terra, fiquem protegidos pela sombra da folhagem e não sofram o escaldão de um sol inclemente nos meses de agosto e setembro.

Nas vinhas mais antigas o compasso de plantação costuma ser de 2,5 x 2,5 m, mas nas mais recentes pode ser de 2,8 x 2,8 m ou 3,0 x 3,0 m, para permitir a passagem do trator. Foram, portanto, os imperativos da mecanização que obrigaram a reduzir significativamente a densidade de plantação.

Muitas das vinhas têm as cepas em pé-franco, isto é, não foram enxertadas em videiras americanas, como é a norma em toda a Europa para estarem defendidas contra a filoxera.

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Sistema de Condução

No inverno, com as cepas despidas de folhas, é possível entender facilmente o seu sistema de condução, que pode ser em vaso ou em cabeça de salgueiro, tal como descreveu Columela no século I. No vaso, o tronco da cepa tem vários braços inseridos quase à mesma altura, onde se deixam pequenos talões, com 2 ou 3 olhos, que vão dar origem às varas de frutificação; na cabeça de salgueiro, muito frequente do outro lado da fronteira e em toda a região de La Mancha, também há os talões com 2 ou 3 olhos, mas inseridos na extremidade do tronco em forma de cabeça.

Pé Franco

A esmagadora maioria das vinhas antigas, plantadas em quadro de 2,50 x 2,50 ou 3,0 x 3,0 m, têm videiras “mansas”, isto é, plantadas em pé-franco. O segredo do viço e da resistência à filoxera terá de estar, portanto, no subsolo. A presença de inúmeros calhaus rolados indicia que há milhares ou milhões de anos a erosão hídrica tenha boleado as arestas da pedra. Portanto, as águas do Guadiana, que corre perto, terão andado por ali. Em alguns locais a presença de calhau rolado é tão grande à superfície que as únicas culturas possíveis são a vinha e o olival.

A filoxera não tem vida fácil, pois a camada superficial arenosa impede que o maléfico inseto consiga atingir as raízes das cepas, que rapidamente mergulham no solo à procura da humidade retida na argila do solão. 

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No entanto, em algumas vinhas há falhas frequentes, sendo provável que a filoxera tenha levado a melhor sempre que as condições do subsolo o permitem.

Os tratamentos fitossanitários são mínimos ou, mesmo, ausentes, dado o clima da região ser pouco propício ao desenvolvimento do míldio e do oídio. Por isso, é tão vulgar a perda da maior parte da produção sempre que há condições para o ataque dos fungos. As adubações e as estrumações também não abundam, fazendo com que as produções sejam baixas, mas dando origem a uvas muito concentradas em aroma e sabor. Por isso, os vinhos serem tão aromáticos e poderem ser considerados biológicos, dada a pureza do ambiente em que se produzem as uvas.

Alguns viticultores mais empreendedores têm vindo a recuperar algumas vinhas antigas, não só através da retancha [plantação para suprir as falhas], mas também fazendo fertilizações e tratamentos fitossanitários adequados. Os resultados são rapidamente visíveis e compensadores, ainda que respeitando integralmente o estatuto de vinhas antigas e a biodiversidade ambiental.

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Courelas dos Aleixos

As Courelas dos Aleixos, onde grande parte das vinhas antigas se encontram, têm origem numa grande herdade que foi vendida em lotes de pequena dimensão. Os seus proprietários ou rendeiros, já na segunda ou terceira geração, cultivam-nas sozinhos ou com as suas famílias e, grande parte deles, entregam as uvas e a azeitona na Cooperativa Agrícola da Granja-Amareleja, desde que ela foi criada, em 1952. No entanto, alguns deles reservam uma parte da produção para fazerem o seu próprio vinho de talha, que consomem com familiares e amigos até à colheita seguinte. Embora muitos deles tenham nas suas courelas a base do seu sustento, há cada vez mais a desistir de a cultivar devido à idade avançada da maior parte deles e à preocupante falta de continuadores, pois a geração mais nova está quase toda a trabalhar fora da região e não pensa regressar, salvo nas férias e nas festas de família. Para muitos o cultivo das suas courelas é quase uma ocupação de tempos livres, mas também a melhor prova de apego à terra e uma homenagem aos seus antecessores.

 

Alguns investidores, com raízes na região, interessados na produção de vinho, sobretudo de talha, começam a comprar algumas destas courelas e a recuperar as vinhas, com resultados muito promissores, tanto no aumento da produção de uva por hectare, como na excelência do vinho de talha produzido, que começa a ser exportado para variados destinos a preço compensador. Também pensam em explorar o Enoturismo, cientes de que as vinhas antigas e as castas históricas são um dos seus principais ativos, e procurando dar resposta a uma procura crescente, tanto de clientes nacionais como estrangeiros. Estão, por isso, a criar alguns postos de trabalho, a contratar técnicos com formação superior e a demonstrar que há um caminho possível para manter todo este património.

História das Courelas dos Aleixos

O Monte dos Aleixos fez parte do património fundiário de Guilherme Correia Gião, conhecido agricultor de Reguengos de Monsaraz e proprietário de vastas terras que se estendiam desde a Granja, no concelho de Mourão, até à fronteira, no concelho de Moura. Como era tradição no século XIX, as terras estavam aforadas a pequenos agricultores da Amareleja, depois de terem sido divididas em courelas de 10 hectares e, posteriormente, de 1 ha. O pagamento dos foros, feito em dinheiro e em espécie (produtos agrícolas), persistiu até à revolução de 1974. Com a expropriação das terras, nos anos de 1975 e 1976, os foreiros deixaram de pagar os foros e tornaram-se proprietários das suas courelas.

Viagens Virtuais
Vinhas Antigas

Percorra algumas das vinhas antigas da casta Moreto da Granja Amareleja e experiencie a riqueza do património vitivinícola da sub-região. Um legado com 2000 anos de história.

Vinha Parcela Courela dos Aleixos
Área 1,5 ha
Ano de Plantação 1992
Sistema de Plantação Pé-franco ; 3 x 3 m
Localização 

Lat: 38,24071418668873

Long: -7,260118394305054

Destino das uvas Adega da Granja

Vinha Parcela Courela dos Aleixos
Área 0,504 + 0,637 ha (separadas por estrada)
Ano de Plantação 2002
Sistema de Plantação Pé-franco ; 2,8 x 3 m
Localização 

Lat: 38,25041070375997

Long: -7,26100218512483

Destino das uvas Adega da Granja

Vinha Parcela Courela dos Aleixos
Área 0,7 ha
Ano de Plantação 1931
Sistema de Plantação Pé-franco; quadrado
Localização 

Lat: 38.274931

Long: -7.257036

Destino das uvas Adega da Granja

Vinha Parcela Courela dos Aleixos
Área 0,6 ha
Ano de Plantação 1997
Sistema de Plantação Pé-franco ; 2,5 x 2,5 m
Localização 

Lat: 38.257058

Long: -7.248574

Destino das uvas Adega Marel

Vinha Pirângula (Figueirinhas)
Área 1,1 ha
Ano de Plantação 1998
Sistema de Plantação Pé-franco; 2,5 x 2,8 m
Localização 

Lat: 38.2189316

Long: -7.2599921

Destino das uvas Adega da Granja

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